Marinha desmentiu a presença de unidades navais espanholas nos Açores |
GABINETE DO CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA ARMADA
SERVIÇO DE INFORMAÇÃO E RELAÇÕES PÚBLICAS
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Esclarecimento sobre notícia publicada no Expresso de 30 de Julho
Na última edição do semanário “Expresso” (30 de Julho de 2005) sob o título “Segurança máxima para visita real” e sub-título “Duas corvetas da Armada espanhola acompanharam os reis nos Açores” foi publicada uma notícia da autoria de Estevão Gago da Câmara (nos Açores) em que, para além de outras considerações tecidas à volta das “fortes medidas de segurança” estabelecidas por ocasião da recente visita dos Reis de Espanha aos Açores, efectuada a título privado, justificação para a tomada de tais medidas e respectiva coordenação, é afirmado que elas “incluíram a mobilização de duas corvetas da Armada espanhola” e que, “os barcos de guerra mobilizados para o mar do arquipélago vigiam a deslocação do casal real entre quatro ilhas e estiveram em permanente ligação com as equipas de agentes de segurança ... em terra...”.
Tal matéria, dada como boa, levou o Professor Marcelo Rebelo de Sousa na sua intervenção dominical de ontem, na RTP1, a emitir um comentário final em que “ficou com a impressão que não havia uma lancha portuguesa” que no mínimo deveria ser empenhada “por razões de presença e protocolo”, afirmando ainda que “ estes gestos não são irrelevantes” e que “não se deve ter qualquer complexo anti-espanhol, mas não somos uma região autónoma espanhola”.
A situação criada pela notícia é tanto mais desagradável pelo menos, para a Marinha, quanto ela não corresponde minimamente aos factos.
Com efeito, quando oportunamente, a Marinha teve conhecimento da visita e dos seus aspectos essenciais, cuidou, como lhe compete, em devido tempo, de assegurar a presença de meios navais e de garantir a segurança nas respectivas áreas de responsabilidade – nas águas marítimas, no porto da Horta e no cais de Madalena do Pico, bem como nas correspondentes aproximações e ainda da embarcação em que as altas entidades em apreço (Senhor Presidente da República e Senhora e Reis de Espanha) se deslocaram no canal das ilhas do Faial e do Pico, no dia 28 de Julho.
Na verdade, a Marinha apesar da escassez de meios com que ainda se confronta, mas recorrendo à flexibilidade de emprego desses meios, reconfigurou a viagem de instrução dos cadetes do 3º ano da Escola Naval de molde a que as corvetas nela empenhadas, a “Baptista de Andrade” e a “João Coutinho”, se encontrassem, no mar, em águas açoreanas, por ocasião da visita, reforçando, assim, pontualmente, o dispositivo no arquipélago, com a presença destes navios durante a visita.
Por outro lado, empenhou a corveta “Jacinto Cândido”, equipas de mergulhadores-sapadores e os órgãos regional e locais da Autoridade Marítima, designadamente a Capitania do Porto da Horta, respectivo contingente de Polícia Marítimas e embarcações atribuídas na segurança dos cais do porto da Horta e de Madalena do Pico, da embarcação de transporte das entidades e do seu trânsito no canal Faial/Pico.
Assim, informa-se que, durante a estadia dos Reis de Espanha nos Açores não esteve presente qualquer corveta da Armada espanhola, nas águas açoreanas, como noticiado, mas sim as três corvetas indicadas.
Finalmente, julga-se que teria sido extremamente fácil obviar à publicação desta notícia não verdadeira e desagradável, uma vez que, para tanto, teria bastado um simples contacto telefónico esclarecedor para qualquer dos seguintes órgãos da Marinha – este Gabinete, o Comando Naval, o Comando da Zona Marítima dos Açores, o Departamento Marítimo dos Açores ou ainda, a Capitania do Porto da Horta, todos disponíveis 24 horas por dia - o que se lamenta não ter ocorrido.
A Cesar o que é de Cesar, à Marinha o que é da Marinha e ao Presidente da República o que é do Presidente da República.
A não confirmação do referido no último comentário, deixa-nos a todos, senão descansados, pelo menos, um pouco menos preocupados.
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