A Intifada já chegou à Europa. Toda a gente sabía que isso ocorrería. Toda a gente sabia e sabe, que quando uma sociedade se mostra fraca e débil, e acima de tudo disposta a negociar, o resultado é apenas um. A derrota.
Os últimos incidentes em París, são uma demonstração disto. Metade da realidade tem sido escamoteada pela comunicação social, que parece tentar esconder a verdadeira dimensão do que está a ocorrer em França. No entanto, há algo de ainda mais tenebroso, que provavelmente demorará muito tempo a chegar aos meios “mainstream” de comunicação social.
O dia (ou noite) de maior aumento da violência foi o dia/noite sagrada do islão, Sexta-Feira.
Por enquanto, não há ainda meio de efectuar uma comparação, no entanto os dias vão passando, e chegará provavelmente o dia em que não será mais possível esconder o obvio. As mesquitas francesas, também são utilizadas, como as de Londres, para preparar, organizar e arquitectar os planos que têm como objectivo final, destruir a civilização que os extremistas islâmicos odeiam.
O extremismo e o ódio do fanatismo islâmico, é a cola, ou o cimento que une os movimentos de rejeitados dos subúrbios.
Os subúrbios onde ocorrem os distúrbios, são os mesmos subúrbios que há quarenta anos atrás eram habitados por trabalhadores portugueses, os quais, sem saber falar a língua, com uma instrução quase (quando não) analfabeta, conseguiram neste periodo sair dos guetos e adaptar-se à sociedade francesa. Hoje, os portugueses são, eles também, vistos como inimigos, porque o alvo dos extremistas é acima de tudo a sociedade ocidental, os seus valores, as suas regras e os seus princípios.
Milhares de portugueses em França, durante quarenta anos, tão imigrantes quanto aqueles que entraram em França vindos do Norte de África, estão hoje integrados na sociedade e são produtivos.
Porque razão, ocorre este tipo de problema?
Porque razão, nos países ocidentais, especialmente europeus, há esta barreira, que parece criar pequenas comunidades absolutamente impenetráveis dentro dos países europeus?
Começa a ser patético, quando percebemos que em França, há crianças que chegam ao sexto ano de escolaridade, sem serem capazes de se exprimir em língua francesa.
O sistema educativo francês é mais eficaz, mais dotado, mais rico e mais eficiente que o sistema de ensino português. No entanto, porque é que este tipo de coisas ocorrem em França?
O problema, é bastante mais tenebroso, e muita gente parece ter medo de apontar o problema, por medo de ser acusado de politicamente incorrecto. Temos que concluir que há micro-sociedades que crescem dentro das sociedades europeias. Estas últimas, baseados em princípios de igualdade e justiça, têm muitos pruridos quando se trata de vistoriar, investigar e integrar essas micro-sociedades.
Sem controlo, sem policiamento, crescendo praticamente à margem da lei, e dos princípios que as defendem, são essas mesmas micro-sociedades que se negam a integrar. Crescem e criam-se milhares de pessoas, com valores, princípios e regras, que são absolutamente estranhos à sociedade.
A França, é apenas um alerta. Outros países europeus têm, com matizes diferentes, o mesmo problema. Devemos por as barbas de molho, em vez de à boa maneira portuguesa, darmos um pequeno sorriso, como que a dizer, afinal não somos só nós que temos problemas.
Resta-nos também verificar, que os meios da policia civil, começam a ser escassos para controlar as actividades das forças revoltosas. O equivalente francês da Guarda Republicana, a Gendarmerie, poderá não ter os meios necessário para agir. Neste caso, não foi descartada a possibilidade de utilizar meios militares.
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