quinta-feira, agosto 03, 2006


Qanã: Massacre encenado ?

Embora grande parte da imprensa internacional não se tenha preocupado em analisar a questão, há duvidas que parecem não ter sido respondidas quanto ao que aconteceu durante e na sequência do bombardeamento da Força Aérea de Israel sobre a pequena cidade de Qanã, a meio caminho entre a fronteira e o rio Litani.

A Força Aérea de Israel assumiu que tinha efectuado um bombardeamento sobre Qanã e relatórios mais recentes afirmam que existe a possibilidade de o bombardeamento se ter devido falhas nos serviços de informação.

Uma das dúvidas que se levanta, tem a ver com o facto de o bombardeamento de Israel ter ocorrido poucos minutos depois da meia noite (hora local). No entanto, o edifício só parece ter-se desmoronado por volta das 07:00 da manhã.

É possível que o edifício tenha ficado muito danificado e que por causa dos danos estruturais sofridos tenha caído sete horas depois. Também não é impossível que tenham ocorridos outros impactos menores, mas que tenham sido a «gota de água» que determinou a queda do edifício.

A possibilidade que entretanto está a ser conjecturada, é que o movimento Hezbollah, tenha tido influência directa na acção.

[img3]O movimento que dá pelo nome de Partido de Deus, funciona como um Estado dentro do Estado e controla de forma rigorosa e implacável todos os movimentos dentro dos territórios que domina. Ainda há dias atrás, jornalistas portugueses tiveram problemas com as milícias do movimento, porque pararam no meio da estrada para tirar fotografias de uma mesquita, sendo de imediato aprisionados e levados ao líder local do Hezbollah para decidir que destino lhes dar.

É o Hezbollah que determina quais as casas e as habitações que são utilizadas como abrigo e ninguém nos territórios ocupados pelo movimento se atreverá a violar as leis e ordens da cúpula do partido sob pena de morte.

O Hezbollah, já anteriormente encenou de forma teatral imagens para as televisões árabes e para as televisões ocidentais e começam também a aparecer informações cruzadas em que aparecem as mesmas pessoas vestidas com coletes dos serviços de emergência, em vários lugares.

A impressão com que se fica, é de que o Hezbollah tem um organismo de propaganda, especializado no aproveitamento das imagens de morte, corpos mutilados, sangue e pessoas em desespero a lamentar os mortos e os feridos, com o objectivo de utilizar a arma psicológica que é provavelmente a mais eficiente com que conta.

O organismo de propaganda, conta com o apoio técnico-logístico directo da televisão oficial do movimento, a Al-Manar, que transmite diariamente incitamentos à violência e ao martírio, solicitando aos jovens que se apresentem para morrer por Alah.

[img2]Encenação:

Outra questão que levanta dúvidas, é que as vítimas de Qanã, na sua esmagadora maioria não apresentam sinais de sangue, feridas ou ossos partidos ou fracturas expostas, que seriam normais quando se fica esmagado debaixo de um prédio, e ainda mais quando se trata de crianças que por natureza têm estruturas ósseas menos resistentes.

Na maioria dos casos, as vítimas não estavam cobertas pelo pó de cimento (concreto) que a derrocada provocou e também não existia desfiguramento das vítimas.

Um repórter da CNN afirmou mesmo que as crianças tinham sido apanhadas a dormir, mas não explicou como é que se está a dormir quando o edifício caiu sete horas depois do ataque israelita (e foi o colapso que provocou as mortes).

Deixaram crianças a dormir num edifício em ruínas entre a meia-noite e as sete da manhã?
Terá o Hezbollah obrigado as vitimas a ficar no edifício entre a meia-noite e as sete da manhã?

Os métodos de operação do movimento Hezbollah, não permitem de forma alguma eliminar esta possibilidade.

Também há a notar que alguns dos corpos apresentavam uma coloração e rigidez, que segundo médicos especialistas, não é compatível com uma morte ocorrida apenas algumas horas antes (no Líbano, começa a amanhecer por volta das 6 horas da manhã).

Existe uma clara probabilidade de o Hezbollah ter desenterrado cadáveres de crianças para os colocar no local, a coberto da noite, tendo por volta das sete da manhã, provocado o colapso final do edifício para então chamar as televisões internacionais.

A distorção da realidade continua com imagens do cadáver de uma criança mostrada aos órgãos de comunicação social às 07:21 antes de ser colocada numa ambulância, sendo o mesmo cadáver novamente mostrado a outra televisão (mais de três horas depois) às 10:30 do mesmo dia, igualmente antes de ser colocado na ambulância.

As dúvidas começam a ser demasiadas. Numa questão recentemente levantada, há pretensos trabalhadores dos serviços de emergência que estão em todas as principais cenas de massacres israelitas, que ocorrem a dezenas de quilómetros uns dos outros, não havendo explicações razoáveis para que equipes de salvamento sejam enviadas a distâncias tão grandes.

A dedução lógica, é que o Hezbollah tem "equipas de salvamento" especializadas na apresentação das vítimas à comunicação social internacional.

Toda esta situação é absolutamente tenebrosa, e deixa qualquer pessoa perturbada, com a possibilidade de os militantes do Hezbollah estarem realmente a agir desta forma.
No entanto, temos como referência o absoluto e total desprezo pela vida humana em geral e pelas crianças em particular demonstrado pelos guardas da revolução do Irão Xiita dos Aiatolas, ao enviar crianças de 8 a 14 anos de idade, para morrer nos campos de minas iraquianos, com o objectivo de fazer explodir as minas para que os tanques pudessem passar.
O Hezbollah, é uma criação dos Guardas da Revolução. Uma cópia exacta, que provavelmente também copiou os métodos.

O Hezbollah faz paradas públicas com crianças fardadas como bombistas suicidas, onde as crianças fazem a conhecida saudação nazi, que também era feita pelas juventudes hitlerianas, de onde o movimento Hezbollah também retirou a inspiração, até ao ponto de quase copiar a farda do movimento de juventude que forneceu a última carne para canhão que defendeu Hitler no Bunker de Berlim.

São igualmente conhecidas as tendências da muita imprensa árabe alinhada com os movimentos fundamentalistas, que não tendo capacidade para distinguir noticia de opinião, ou informação de propaganda, utiliza foto montagens para colorir a propaganda, como foi o caso da corveta Hanit, que aparece na Internet sendo destruída por um torpedo, quando na realidade se trata de um teste já antigo efectuado por um país da NATO.

Na guerra, os vários lados utilizam argumentos muitas vezes pouco limpos. A guerra não é uma coisa bonita nem agradável, e já lá vai o tempo em que as guerras eram vistas como a principal forma de demonstrar o fervor patriótico.

Mas as imagens são uma eficiente arma de guerra, e a sua utilização pode implicar alterações tácticas maiores que uma movimentação de blindados ou de infantaria.

Israel, em caso de dúvida, poderia efectivamente ter destruído ou apontado ao edifício se existissem dúvidas sobre a utilização que se lhe dava. Israel não é um país de fadas boas e em qualquer circunstância, diria sempre que não teve intenção de atacar ninguém.
No entanto, não podemos ficar toldados pelas imagens que nos são mostradas, considerando que as imagens - que podem parecer apenas cobertura jornalística - são igualmente armas temíveis, naquilo que hoje se chama guerra assimétrica. O movimento Hezbollah, já demonstrou ser capaz de distorcer e inventar imagens, para aparecer na fotografia e sabe utilizar métodos de propaganda, tanto que até controla uma estação de televisão.

Que cada um tire as suas próprias conclusões.

Mensagem automática publicada por : Paulo Mendonça