quinta-feira, agosto 25, 2005


Portugal: Militares revoltosos ainda não foram punidos

Segundo informações vindas a público na comunicação social, até ao momento ainda não foram abertos processos disciplinares relativos aos protestos ilegais levados a cabo por militares, que se reuniram em São Bento, para protestar contra medidas do governo.

A não tomada de atitude por parte das chefias militares é grave. Implicará, no caso de não haver actuação contra os militares revoltosos, a aceitação de um estado de rebelião dentro das Forças Armadas.

Poderá ser o principio de um golpe de estado.

É urgente que a situação seja tratada. Ou então, que os golpistas avancem de uma vez por todas e mostrem a sua verdadeira cara

segunda-feira, agosto 22, 2005


Fogos em Portugal: Quem aconselha António Costa?

As ultimas declarações do ministro português António Costa, responsável pela Administração interna, são de molde a deixar os cidadãos cada vez mais preocupados. De facto, pouco depois de ter tomado posse, e aquando da divulgação pública das operações de preparação e prevenção dos incêndios para 2005, avisou os portugueses de que não seriam necessários aviões “pesados” de combate aos incêndios.

Na verdade, não é que não fossem necessários. O que ocorria, é que os aviões (e normalmente fala-se do Canadair na sua versão 215 ou na mais moderna 415) enchiam os seus depósitos de água nas albufeiras, e uma vez que as albufeiras estão agora bastante menos cheias, não fazia sentido estar a alugar aviões que não tinham onde encher os seus depósitos.

Ora, perante a perplexidade de todos, chegamos agora à conclusão de que afinal, até há água para encher os “Canadair”. Porque todos os vemos no combate aos incêndios.

Ou deve ter chovido muito no verão, ou então o ministro António Costa enganou-se. E se não se enganou, então foi redondamente enganado e terrivelmente mal aconselhado.

Há que dizer em defesa do ministro - deste ou de qualquer outro que estivesse perante uma situação destas - que o numero de incêndios, as temperaturas, e acima de tudo a seca prolongada que converteram as florestas (já de si sujas e atulhadas de mato) em barris de pólvora, transformaram Portugal num cocktail explosivo.

Mas agora, após ter chegado à conclusão de que se enganou (ou foi enganado) sobre as capacidades dos aviões Canadair, os ministro António Costa, vem agora defender a construção pela Europa de um avião para combate aos incêndios.

Não se entende se António Costa está a falar a sério, ou apenas a dizer uma piada de mau gosto.

A principal razão para aventar mau gosto, prende-se com o facto de todos sabermos que os projectos militares europeus, são sempre mergulhados em processos demorados, e normalmente obscuros que resultam em atrasos e em períodos de desenvolvimento extremamente longos.

O caso mais conhecido é o do avião militar A-400, que já leva quase 15 anos de desenvolvimento sem que uma única aeronave tenha conseguido sequer levantar voo. Isto claro, para não falar no escândalo do Eurofighter, um avião tão caro e desenvolvimento tão lento que quando começou a ser entregue às forças aéreas, já se encontrava desactualizado.

Será que o ministro quer esperar 15 anos até comprar esses novos aviões que a Europa deve construir, ou estará mais uma vez a ser aconselhado pela senhora da limpeza do ministério, e ainda por cima, estando a senhora sob o efeito de grandes quantidades de bom carrascão alentejano?

segunda-feira, agosto 08, 2005


Força Aérea condenada a aceitar avião espanhol

A acreditar nas últimas informações do semanário “Independente”, que infelizmente nem parece ser independente, e também não costuma ser conhecido por informar, Portugal deverá adquirir o avião Franco-Espanhol C-295 para substituir o pequeno AVIOCAR em uso em Portugal desde os anos 70.

Trata-se claramente do pior dos dois aviões a concurso. O avião que Portugal comprará perde em quase todas as comparações (embora por pouco, é verdade).

Portugal acabará por comprar o pior dos aviões (e ainda por cima o mais caro) não pela sua qualidade, mas porque precisa de um “pau para toda a obra”

Normalmente, num país normal teríamos um avião para transporte táctico e outro para patrulha marítima.

Ao querer um Tudo-em-um, Portugal compra um avião que é medíocre em transporte táctico e medíocre como patrulha.

Em contrapartida o C-27J que parece fora da corrida, era um excelente transporte táctico, mas um péssimo avião de patrulha.

Como não podemos ter dois aviões diferentes, a escolha recai no CASA C-295, não por ser bom, mas porque o seu concorrente, falha num dos requisitos importantes.

No entanto espera-se que o C-295 dê para o gasto.

E assim, sempre nos vamos habituando à mediocridade. Sempre é preferível à inutilidade.

ver também a comparação entre o C-295 e o C-27J

sábado, agosto 06, 2005


Apaguem o fogo com os submarinos

O Presidente do município do Pombal, apareceu na televisão a criticar a compra de submarinos pela Marinha.

No entender daquele autarca, o país não deve comprar submarinos, porque o dinheiro faz falta para comprar aviões para combater os incêndios.

É um ponto de vista engraçado e interessante, vindo do Presidente de uma autarquia, onde a desordem e a confusão nas áreas rurais é o pão-nosso-de-cada-dia.

O autarca do Pombal, deve ter concluído, que os acessos rurais, chegaram a um ponto tal, que há lugares onde é impossível chegar nem que seja com um simples jipe dos bombeiros. Esta situação é generalizada por todo o país.

Mesmo que se gastasse todo o dinheiro dos submarinos na compra de aviões, os municípios mal geridos continuariam a arder sem dó nem piedade. Os fogos apagam-se no chão, e enquanto não existirem métodos e políticas que permitam a limpeza das matas, de nada adianta bombardear o fogo com chuva miudinha, tão miudinha que parte dela não chega ao chão evaporando a 10 metros do solo.

Mesmo que se gastasse esse dinheiro em aviões, o problema continuaria, e nessa altura, o Sr. Presidente da Câmara do Pombal, começaria a dizer que se está a gastar dinheiro a mais com os carros da policia, com as ambulâncias ou com os hospitais.

No fundo, fico com a impressão de que o único dinheiro mal gasto, é o dinheiro do salário do Presidente da Câmara do Pombal.

segunda-feira, agosto 01, 2005


Marinha desmentiu a presença de unidades navais espanholas nos Açores

GABINETE DO CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA ARMADA
SERVIÇO DE INFORMAÇÃO E RELAÇÕES PÚBLICAS

Esclarecimento sobre notícia publicada no Expresso de 30 de Julho

Na última edição do semanário “Expresso” (30 de Julho de 2005) sob o título “Segurança máxima para visita real” e sub-título “Duas corvetas da Armada espanhola acompanharam os reis nos Açores” foi publicada uma notícia da autoria de Estevão Gago da Câmara (nos Açores) em que, para além de outras considerações tecidas à volta das “fortes medidas de segurança” estabelecidas por ocasião da recente visita dos Reis de Espanha aos Açores, efectuada a título privado, justificação para a tomada de tais medidas e respectiva coordenação, é afirmado que elas “incluíram a mobilização de duas corvetas da Armada espanhola” e que, “os barcos de guerra mobilizados para o mar do arquipélago vigiam a deslocação do casal real entre quatro ilhas e estiveram em permanente ligação com as equipas de agentes de segurança ... em terra...”.


Tal matéria, dada como boa, levou o Professor Marcelo Rebelo de Sousa na sua intervenção dominical de ontem, na RTP1, a emitir um comentário final em que “ficou com a impressão que não havia uma lancha portuguesa” que no mínimo deveria ser empenhada “por razões de presença e protocolo”, afirmando ainda que “ estes gestos não são irrelevantes” e que “não se deve ter qualquer complexo anti-espanhol, mas não somos uma região autónoma espanhola”.


A situação criada pela notícia é tanto mais desagradável pelo menos, para a Marinha, quanto ela não corresponde minimamente aos factos.


Com efeito, quando oportunamente, a Marinha teve conhecimento da visita e dos seus aspectos essenciais, cuidou, como lhe compete, em devido tempo, de assegurar a presença de meios navais e de garantir a segurança nas respectivas áreas de responsabilidade – nas águas marítimas, no porto da Horta e no cais de Madalena do Pico, bem como nas correspondentes aproximações e ainda da embarcação em que as altas entidades em apreço (Senhor Presidente da República e Senhora e Reis de Espanha) se deslocaram no canal das ilhas do Faial e do Pico, no dia 28 de Julho.


Na verdade, a Marinha apesar da escassez de meios com que ainda se confronta, mas recorrendo à flexibilidade de emprego desses meios, reconfigurou a viagem de instrução dos cadetes do 3º ano da Escola Naval de molde a que as corvetas nela empenhadas, a “Baptista de Andrade” e a “João Coutinho”, se encontrassem, no mar, em águas açoreanas, por ocasião da visita, reforçando, assim, pontualmente, o dispositivo no arquipélago, com a presença destes navios durante a visita.


Por outro lado, empenhou a corveta “Jacinto Cândido”, equipas de mergulhadores-sapadores e os órgãos regional e locais da Autoridade Marítima, designadamente a Capitania do Porto da Horta, respectivo contingente de Polícia Marítimas e embarcações atribuídas na segurança dos cais do porto da Horta e de Madalena do Pico, da embarcação de transporte das entidades e do seu trânsito no canal Faial/Pico.

Assim, informa-se que, durante a estadia dos Reis de Espanha nos Açores não esteve presente qualquer corveta da Armada espanhola, nas águas açoreanas, como noticiado, mas sim as três corvetas indicadas.

Finalmente, julga-se que teria sido extremamente fácil obviar à publicação desta notícia não verdadeira e desagradável, uma vez que, para tanto, teria bastado um simples contacto telefónico esclarecedor para qualquer dos seguintes órgãos da Marinha – este Gabinete, o Comando Naval, o Comando da Zona Marítima dos Açores, o Departamento Marítimo dos Açores ou ainda, a Capitania do Porto da Horta, todos disponíveis 24 horas por dia - o que se lamenta não ter ocorrido.

A Cesar o que é de Cesar, à Marinha o que é da Marinha e ao Presidente da República o que é do Presidente da República.
A não confirmação do referido no último comentário, deixa-nos a todos, senão descansados, pelo menos, um pouco menos preocupados.


Jorge Sampaio: Marinha ao fundo.

Segundo varias informações até ao momento concordantes, o Rei de Espanha, Juan Carlos, efectuou uma visita aos Açores, que segundo consta são única parcela do território português que ainda não tinha sido visitada por aquela figura do país vizinho.

A visita inclui a ilhas Terceira, Faial, Pico e São Miguel, onde decorrerá a maior parte da visita.

Durante essa visita, nas viagens inter-ilhas, ou seja, na ligação efectuada entre a ilha do Faial e a ilha do Pico, dado todas as outras viagens serem efectuadas de avião, a segurança do Rei dos espanhóis, terá sido assegurada por dois navios de guerra provenientes de Espanha.

Esta situação, é difícil de entender.

É evidente que não se tratando de uma visita oficial, o Estado Português, não tem as mesmas obrigações que teria no caso de se tratar de uma visita de Estado. Qualquer Presidente, Rei ou Primeiro Ministro, pode visitar território português e trazer ao mesmo tempo a sua segurança. Isso aliás já aconteceu, quando o primeiro ministro britânico Tony Blair passou férias na região do Douro.

No entanto, tendo Tony Blair a sua segurança privada, esteve sempre cercado por um “anel” exterior de militares da Guarda Republicana.

No caso agora referido, e a confirmar-se a noticia, a situação assume-se como de uma gravidade transcendente.

No balanço de poder, entre Portugal e Espanha, tem havido uma pressão que cada vez se nota mais forte, no sentido de forçar Portugal a partilhar a segurança da sua Zona Económica Exclusiva com a Espanha.

Esta partilha, do ponto de vista “desinteressado” dos espanhóis, é muito vantajosa para Portugal, que só tem a beneficiar com o facto de a Espanha nos facilitar gratuitamente um serviço pelo qual nós tínhamos que pagar.

Desta forma, de uma forma aparentemente desinteressada, o Estado Espanhol tem vindo paulatinamente a conquistar posições. E, neste incidente que a confirmar-se será trágico, conquistou uma posição importantíssima. Está aberto um precedente, e Portugal, concedeu finalmente à Espanha, o direito de patrulhar mesmo as nossas águas territoriais (a zona de 12 milhas contígua à costa).

Jorge Sampaio, terá passado um atestado de menoridade às Forças Armadas portuguesas, que diga-se, têm sido durante os últimos anos, vítimas de cortes e reduções, que inevitavelmente levariam a situações como esta. Haja crise ou não, as Forças Armadas são sempre o “saco de pancada”.

De qualquer forma, mesmo tendo sido, e continuando a ser vitimas de todo o tipo de cortes, as Forças Armadas e nomeadamente a marinha continuam a ter alguma capacidade para efectuar este tipo de operações. A visita de Juan Carlos aos Açores, terá sido portanto extemporânea, e uma forma de, em natural ligação com os militares espanhóis, montar uma bem sucedida operação de marketing geo-politico, onde Jorge Sampaio, o bem falante, bem pensante, mas pouco brilhante Presidente da República, mais uma vez caiu.

A verificar-se terá sido uma ignominiosa cedência, permitida, e proporcionada, pelas relações de amizade que o cidadão Jorge Sampaio, tem, para com o actual detentor da coroa espanhola.

Jorge Sampaio, que ainda há pouco tempo recebeu das mãos de Juan Carlos um prémio em dinheiro (atribuído via uma organização que preserva a memória de um dos maiores genocídas da história da Europa, Carlos V), lá terá as suas razões para retribuir as benesses que recebeu por parte dos seus amigos espanhóis.

Mas Jorge Sampaio, jurou defender a Constituição da República, Portugal e os portugueses. É inaceitável, que retribua, as prendas oferecidas pelos espanhóis, dando como moeda de troca e pagamento, uma parcela da soberania nacional, que jurou defender sob compromisso de honra.