domingo, janeiro 24, 2010


A bomba terremótica de Hugo

No meio da confusão provocada pela catástrofe no Haiti, o mundo todo tentou enviar para aquele destroçado país, a ajuda internacional que foi possível organizar.
Na frente do esforço internacional, destacam-se evidentemente, os Estados Unidos, o país que no mundo mais capacidade logística tem, o que é ainda mais importante, se tratandoe de uma pedaço de terra que não pode ser atingido sem um barco ou um avião.

O país norte-americano, encontra-se a apenas 1200km de distância por via aérea, o que faz com que seja o mais próximo de todos os países da região, com capacidade para enviar auxilio humanitário eficaz.

É naturalmente óbvio, que nenhum país além dos Estados Unidos tem a capacidade necessária para montar uma operação de assistência humanitária da dimensão e magnitude da que é necessária no Haiti.
A conhecida recusa dos Estados Unidos em colocar suas tropas sob comando das Nações Unidas tornou inevitável uma intervenção unilateral, combinada com o presidente do país do Caribe.

Conhecendo a situação real no Haiti, o comando das forças norte-americanas jamais poderia iniciar uma operação de ajuda humanitária, sem primeiro garantir a segurança de seu pessoal.
Sabemos que o Haiti está muito longe de ser um país onde esteja garantida a segurança mínima dos cidadãos e forças de ajuda humanitária seriam inevitavelmente os primeiros alvos de gangues que já existiam e que facilmente poderiam tomar conta da situação. Os brasileiros no terreno são as primeiras testemunhas disso.

O pequeno contingente das Nações Unidas já de si afetado pelo próprio sismo, não tinha capacidade para garantir a segurança do pessoal da ajuda humanitária e ao mesmo tempo ajudar em operações de salvamento. Além disso, as unidades comandadas pelo Brasil conheciam o terreno e seriam sempre muito mais úteis na ajuda direta à população. A ajuda americana foi por isso bem vinda, especialmente por aqueles que no terreno sofreram as consequências do desastre.

Ódio anti-americano e mentiras

Há porém em vários países do mundo, uma corrente - que não é nova, e cujas origens se encontram no mais fundo da Guerra-Fria - que parece interessada em continuar na linha de ódio e patético anti-americanismo típica do período em que Stalin, Krutchev ou Brejnev impunham com terror e sangue sua linha de pensamento, desde a capital imperial soviética até aos países dominados e amordaçados pelos regimes ditatoriais comunistas.
Esses setores, continuam tentando ver em todas as ações dos americanos uma demonstração de imperialismo, de maldade, de sacanagem, ignorando toda a ajuda, todos os milhões gastos pelos americanos num país que nunca vai poder pagar nada de volta.

Incapazes de ajudar o Haiti, os países que odeiam a América – e aqui inclui-se E.U.A. e Canadá - destilam seu ódio na forma de teorias da conspiração, cada uma mais patética que a outra, numa tentativa de esconder sua própria incompetência e sua própria incapacidade para apoiar os outros países quando é necessário.

De todas as teorias conspirativas, destaca-se uma que, como todas as teorias conspirativas tem uma origem disfarçada de pseudo-ciência, e que como todas as outras origina de obscuras universidades que nunca existiram, ou de entidades oficiais que nunca disseram nada do que lhes é referenciado.

A imprensa «marrom» e a bomba terremótica de Hugo

Ainda que no ocidente não nos tenhamos apercebido disso, apareceu há alguns anos na Rússia uma nova vaga de jornais online, que pretenderam preencher o vazio deixado pela imprensa séria, quando esta se recusou a baixar a cabeça perante o poder e o terror imposto por Vladimir Putin e organizações criminosas que o suportam.
É por isso que é comum aparecerem no ocidente referências a jornais russos que eram conhecidos no tempo da União Soviética.

O exemplo mais conhecido é o jornal PRAVDA (verdade em russo) e que era o órgão oficial do Partido Comunista Soviético.
O dito jornal, cuja assinatura era obrigatória na URSS para todas as entidades oficiais e organismos públicos foi dissolvido e passou a versão online.
O novo Pravda, como muitos outros jornais online na Rússia, já nada têm que ver com suas antigas raízes, mas a verdade é que o nome – que era a única coisa conhecida no ocidente – ficou associado à nova versão online.

A crise no Haiti, mostrou como funcionam os mecanismos da imprensa marrom russa, e a facilidade com que, utilizando a organização tentacular das agências de comunicação de Chavez e seus apaniguados, é possível inventar notícias e transformar teorias absurdas em notícias comentadas no mundo, como foi a notícia de que os norte-americanos foram sem dúvida os responsáveis pelo terremoto no Haiti.

A notícia da bomba atômica terremótica (segundo uns) ou arma de impulsos electromagnéticos (segundo outros), teve origem nessa mesma imprensa marrom russa. Alegadamente a bomba foi acionada pelos americanos para fazer um teste que resultou mal. A imprensa marrom russa afirmou que a marinha da Rússia avançou com a afirmação, mas absolutamente nenhuma informação sobre o assunto se confirmou ter origem em qualquer entidade próxima da marinha daquele país.
Também não foi explicado porque razão os americanos terão continuado ativando os terremotos no Haiti, mesmo depois de suas tropas terem desembarcado.

Irã também está na lista dos alvos a atingir pela bomba terremótica

A propaganda Chavista se agarrou-se à notícia sensacionalista e rapidamente o próprio Hugo Chavez berrava desde Caracas, que os americanos usaram a bomba terremótica para justificar a invasão do Haiti e ocupar a ilha.
Também parece que os russos dizem que os norte-americanos estão preparando a sua super-arma-terremótica para atacar e destruir o Irã.

As afirmações sobre armas esquisitas não são exclusividade da imprensa russa e de seu aliado chavista. Há alguns anos circulou na internet a notícia de que a Força Aérea Norte-americana tinha planos para produzir uma «bomba-gay», destinada a induzir comportamentos homossexuais nos militares inimigos. Como é normal nas teorias conspirativas, a notícia tinha um fundo de suporte técnico, mas não passou de uma hipótese teórica.
Não é impossível, que os Estados Unidos estejam mesmo desenvolvendo uma super arma terremotica-gay, que Deus nos salve dela e de seus nefastos perigos, pois destina-se provavelmente a qualquer função inenarrável. A bomba será provavelmente utilizada contra o Irã, país onde não existem homosexuais.

Na verdade, a afirmação de Chavez era tão absurda, que o próprio terá sido aconselhado por seus ministros a ficar calado, pois a notícia - se atingisse maior divulgação - poderia ser utilizada como prova de demência. A notícia sobre a bomba terremótica foi removida do sistema de propaganda Chavista «Telesur» e substituída apenas pelas acusações de invasão do Haiti.

Mensagem automática publicada por : J.P.B.

sábado, janeiro 09, 2010


MILITARES PELA CIDADANIA

Encontrado em: http://www.scribd.com/doc/22019292/MILITARES-PELA-CIDADANIA

Como dizem alguns teóricos, as regras e consequências do sistema capitalista inevitavelmente se ampliam a todas as sub-sociedades, ou sub-campos existentes, fazendo com que estes também sejam organizados segundo as leis gerais do mesmo, apresentando-se também divididos em classes sociais às quais correspondem papéis a serem exercidos, de dominação ou subordinação conforme a posição que ocupam nas diferentes estruturas de poder. Nesse caso poderíamos considerar que a oficialidade seja a camada "superior" enquanto os praças formam a camada "inferior" da estrutura militar.
Analisando segundo um ponto de vista Marxista, a categoria composta pelas praças das forças armadas seria uma "classe em si", pois possui prerrogativas, obrigações, ambientes de sociação, planos de carreira e funções específicas. Contudo, observamos que não é ainda uma "classe para si", pois permanece em uma situação diferente de grande parte dos grupos menos favorecidos nas estruturas de poder do séc.XX, visto que estes, depois de se reconhecer como classe, voltaram-se à desenvolver possibilidades de interagir para compensar as perdas comuns. Condição que resultou em um ambiente de sociação bastante abrangente, que ao longo do tempo levou diversos agrupamentos a conquistar o direito, hoje amplamente amparado pela Constituição Brasileira, de criar associações de classe, sindicatos etc.
Segundo dados do IBGE, o Brasil possuía, ainda em 2004, mais de 350.000 organizações não governamentais, entre elas estão os sindicatos, associações e cooperativas. Esse número nada desprezível mostra que para cada grupo de aproximadamente 550 brasileiros existe uma organização não governamental.

Embora a nossa sociedade esteja passando por esse momento de amplo associativismo, os membros das Forças Armadas brasileiras têm alguns obstáculos para se beneficiar dessa "onda", um deles é a grande quantidade de regras diferentes das estabelecidas para o restante da sociedade.

A associação para obtenção de melhores condições de trabalho nunca fez parte da cultura das praças das forças armadas, e existem regras, explicitas e implícitas, que combatem essa possibilidade. Na Marinha do Brasil, por exemplo, há um velho ditado que diz: "Mais de um é motim". No anexo "I" do Regulamento Disciplinar para o Exército, aprovado pelo Decreto Nº 4.346, de 26/08/2002, consta uma grande relação de proibições acerca de manifestações coletivas . Paradoxalmente, a própria Constituição Brasileira de 1988, estabelece que: "XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;"

Mesmo sob proibição e vigilância cerrada, ao longo dos anos ocorreram várias manifestações classistas advindas das camadas subalternas das forças armadas, todas visando melhores condições de trabalho. Nenhuma delas, apesar das acusações dos comandos militares, apresenta indícios concretos de que tenha sido motivada por ideais de ordem político-revolucionária, mesmo assim seus protagonistas, e os próprios movimentos, foram banidos da memória militar. A Revolta da Chibata e a Revolta dos Sargentos de Brasília, por exemplo, são encarados até hoje como tabu dentro das instituições militares, não sendo sequer citados nos currículos das escolas de formação de praças.
Mesmo sendo ampla maioria, as praças não têm nenhuma representação na elaboração das normas, decretos e leis pelos quais é determinado o seu quotidiano. É-lhes negado o direito de participar da elaboração de planos de carreira, escalas de serviço e regras particulares que especificam suas atividades, muitas vezes insalubres. Estas frequentemente são tarefas similares as realizadas por trabalhadores civis que contam com sindicatos e associações de classe para lhes amparar na conquista e preservação de direitos, ao mesmo tempo que orientam a classe patronal no sentido de preservar a integridade física e psicológica dos trabalhadores. Entre as profissões encontradas entre as praças das forças armadas, que comumente - quando realizadas por trabalhadores civis - têm especificações diferenciadas em relação à jornada de trabalho, equipamentos de segurança e ambiente especial, citamos: Soldadores, maçariqueiros, mecânicos, pintores, carpinteiros, enfermeiros, rádioperadores, controladores de vôo, mergulhadores, operadores de radio, motoristas e eletricistas.

Na atualidade as normas referentes à organização do trabalho levam em consideração não só a saúde do trabalhador, mas também toda a sua qualidade de vida, e devem incluir a valorização da pessoa humana e a satisfação profissional e social. Tal perspectiva emana do entendimento de que a qualidade de vida é um princípio fundamental para a organização do ambiente de trabalho, promovendo maior produção, satisfação pessoal e motivação. Ocorre que dentro das instituições militares, as praças, mesmo que executem tarefas similares às realizadas por trabalhadores civis, não são consideradas trabalhadores normais, e, conseqüentemente, não são amparadas pelas legislações trabalhistas e pela nova ótica de bem estar no trabalho, estando bastante defasados em relação às condições de trabalho concedidas ao trabalhador civil que executa as mesmas atividades.
Os regulamentos militares exaltam a obediência e execram a contestação e desobediência, para eles o bom militar é aquele que persegue obstinadamente o cumprimento de qualquer tipo de ordem superior, seja ela atirar no inimigo, seja pintar uma parede, seja descumprir a Constituição! , a menor hesitação pode ser considerada contravenção ou crime militar. Simplesmente comentar com um companheiro acerca de ilegalidade de uma determinação ou de dificuldades como ambiente inadequado, excesso de horas trabalhadas ou falta de equipamento para o cumprimento de uma tarefa, também poderá ser considerado indisciplina.
Nessa linha de raciocínio, já que a partir da suposta indisciplina advêm a punição, chegamos a (já famosa) questão da vedação constitucional ao Habeas corpus para os militares em caso de punições disciplinares. Alega-se que, este, se permitido afetaria a hierarquia e disciplina. Ora, fica a pergunta: A correção de uma punição injusta, por meio de habeas corpus, seria uma afronta à hierarquia e a disciplina?
Não seria mais injusto manter uma arbitrariedade?
No meio civil, que também é hierarquizado, o Habeas Corpus é um remédio legal contra abusos de autoridade e erros de interpretação da legislação. Nas forças armadas, onde pode-se dizer que há um "plus" em relação a hierarquia e disciplina, com possibilidade de que punições (inclusive de privação de liberdade) sejam impostas por autoridades com pouca ou nenhuma noção de ciências sociais aplicadas, nada mais obvio que permitir - e até agilizar - o uso desse eficaz remédio constitucional.
Justamente por conta da defasagem de direitos em relação à sociedade civil é que, ao longo dos últimos anos as associações de militares tem se esforçado por modificações na CF1988, lutando para que a sociedade militar seja amparada pela mesma onda de direitos que chega à sociedade em geral, contudo suas diretorias constantemente tem sofrido com perseguições e sanções, sendo constantemente acusadas de indisciplina por supostamente afrontar os regulamentos.

Historicamente as manifestações que partem das praças são consideradas ilegais. "Por outro lado, o alto comando das Forças Armadas, que tem sido sempre muito rigoroso em coibir as manifestações de indisciplina que, eventualmente partem de camadas subalternas da estrutura militar, tem trocado o rigor por condescendência sempre que essas manifestações partem do oficialato". (MOROSINI 1998)
Os vários manifestos elaborados pelo clube militar são um exemplo claro disso. Segundo Liseane Morosini (1998): Inúmeros exemplos dão conta de que o Exército e a Aeronáutica não apenas "protegeram" a estrutura hierárquica de comando na repressão a manifestações, como agiram sob formas diferenciadas no tratamento das mesmas. Nas revoltas lideradas por oficiais (...) muitas vezes houve condescendência. Mas, nas promovidas por praças, o argumento de corrosão da estrutura faz com que o combate seja sempre mais ostensivo. Provavelmente por conta da escolaridade da categoria, seu modo simples de falar e a falta de status social, suas manifestações são consideradas como precipitadas, descabidas ou impulsionadas por elementos de fora das forças armadas, subversivos ou agitadores (VASCONCELOS, 2008). Contudo, atualmente uma parcela considerável das praças tem formação superior, fator que poderia então, por essa ótica, validar os movimentos atuais.
Outra questão interessante e bastante discutida se refere à própria Justiça Militar. Em vários artigos jurídicos encontrados na internet se levanta a questão da composição dos conselhos de justiça, pelos quais se decide o destino dos militares acusados de crimes militares (a maioria são praças), estes conselhos contam somente com a oficialidade, sendo negado à outra parcela do contingente o direito de ser julgados também por seus pares .

Está em andamento desde o fim do sec. XIX um movimento silencioso - quase invisível aos olhos da sociedade civil - mas bastante abrangente, e que se agigantou nos últimos anos do sec. XX. O movimento congrega militares de todas as forças, visando a humanização das relações, melhores condições de trabalho e estabelecimento de limites legais para a dominação de uma classe sobre a outra. Contudo, além de todos os entraves legais que desestimulam a associação, as praças das forças armadas têm ainda que enfrentar o próprio habitus – para usar o termo no sentido em que o sociólogo Pierre Bourdieu o coloca – tendo que vencer o arraigado espírito militar, introjetado por anos de treinamento e convívio na caserna. Hoje a categoria, em vários locais do país, vem lutando por organizar-se e pelo direito de fundar associações que visam principalmente conquistar maior humanização das condições de trabalho e relações hierárquicas dentro da caserna.
As discussões nesse sentido são cada vez mais comuns, principalmente pela internet, espaço em que diversos militares, praças e oficiais, desafiam a proibição de se manifestar publicamente, discutindo soluções, vitórias, derrotas ou simplesmente expondo as situações vividas no quotidiano dos quartéis(...)
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