domingo, abril 26, 2009


Trocar a cruz pela espada

Ocorreu hoje em Roma na Praça de S.Pedro a canonização de D. Nuno Álvares Pereira, que desde há bastante tempo tinha já ascendido à condição de Santo, canonizado não pelo Papa mas pelos cidadãos portugueses.

A relação entre Deus e a guerra, existe desde que as sociedades adoram divindades e a elas recorrem para auxílio em situações onde a vitória não é assegurada.
São famosas as oferendas aos Deuses feitas pelos generais do império romano, que faziam sacrifícios aos deuses de Roma, mas também aos deuses dos inimigos, para aplacar a sua ira.

A Igreja normalmente considera Santos, os fieis que se destacaram pelo seu comportamento exemplar, quanto ao seguimento das regras e procedimentos dessa mesma Igreja.

É por isso que a canonização de D. Nuno Alvares Pereira tem um significado curioso, pois afinal, por muitas que tenham sido as obras piedosas do agora Santo e por muito demonstrada que tenha sido a sua humanidade e o seu respeito e devoção por Deus, é impossível dissociar D. Nuno Álvares Pereira daquilo que o distinguiu para a História: O facto de ter sido um líder militar.

E não foi um líder militar qualquer.

Num país que como Estado Independente conta já com quase 900 anos de História, e que encontra as raízes da sua identidade mais remota nas lutas dos povos da Lusitânia contra o império romano, muitos são os líderes militares que se destacaram, normalmente na afirmação dos direitos desse povo ou povos do ocidente da Península Ibérica.

D. Nuno Álvares Pereira, como Condestável e chefe militar das forças do Reino de Portugal, numa altura em que a sua existência era colocada em perigo, é provavelmente um dos mais destacados de entre os destacados chefes militares portugueses.

Durante a crise dinástica de 1383-1385, e dentro do contexto da guerra dos 100 anos, em que a França e a Inglaterra se digladiavam, tendo a França o apoio do reino de Castela e a Inglaterra o apoio de pelo menos parte de Portugal, a existência do pequeno reino do ocidente peninsular esteve em causa.

Tivesse Portugal sido derrotado em Aljubarrota e o rei escolhido por grande parte do povo - o Mestre da Ordem de Avis, aclamado Rei D. João I de Portugal - sido morto aprisionado ou privado do reino, o mais provável, é que Portugal fosse hoje nada mais que uma triste região descaracterizada e morta, dentro da grande nação castelhana, que hoje conhecemos como Espanha.
Esse foi aliás o destino da Galiza e do Reino de Leão, completamente descaracterizados.

Podemos dizer que graças a D. Nuno Álvares Pereira, nos livrámos de fazer parte desse erro da História que se conhece como Estado Espanhol.

A batalha de Aljubarrota, marco absoluto da aspiração de um povo à Liberdade e ao Direito de Existir, ganha assim mais um símbolo, reconhecido pela própria Igreja.

Há curiosamente um outro símbolo, bastante mais simples, popular e impossível de canonizar.
Trata-se do símbolo representado pela Padeira de Aljubarrota, que representa a raiva incontida dos portugueses, perante a violação da sua terra por estrangeiros que aqui chegaram vindos de Espanha para a roubar, para a violar e para a conspurcar com a sua presença.

Não parece ser de todo impossível que tenha sido a violência da reacção popular e a perseguição sem quartel que foi movida aos castelhanos depois dos fatídicos 30 minutos de batalha (em que o enorme exercito castelhano-francês foi desbaratado) que esteja entre as razões da conversão de D. Nuno Alvares Pereira, que conforme se aprendia nos livros de História trocou a espada pela cruz.

Muito poderão dizer os Homens da Igreja, sobre as benfeitorias e a devoção do agora S. Nuno Álvares Pereira.

Mas, acima de tudo, há que ter em consideração que se trata de um Santo da Igreja, que como português lutou pelo Direito de um povo a ser Livre.

Saibamos portanto ser dignos da lição que se nos oferece para estudar.
Devemos ter a capacidade de trocar a espada pela cruz, de perceber que a violência gera violência e que é preferível a Paz à Guerra. Sempre assim foi.

Saibamos no entanto também estudar o significado dos actos.

Podemos trocar a espada pela cruz, mas não devemos nunca achar que chegámos ao fim da História e que Portugal nunca mais precisará ser defendido.

Desenganem-se os pacifistas falsos, que querem acreditar cegamente na bondade de vizinhos ou supostos aliados.

D. Nuno Alvares Pereira trocou a espada pela cruz.

Mas se não soubermos entender o que está em jogo, se não formos capazes de defender aquilo que representa a ideia de Portugal, então não seremos dignos nem de D. Nuno, nem de Padeiras, nem de D. Afonso Henriques.

Não seremos dignos de nada, se quando for necessário, não percebermos que se há momentos em que é preciso trocar a espada pela cruz, também haverá no futuro momentos, em que será preciso trocar a cruz pela espada.

A História não acabou, e voltará a repetir-se.

Mensagem automática publicada por : Paulo Mendonça

segunda-feira, abril 13, 2009


FALLSCHIRMJÄGERGEWEHR 42

Hermann Göering era chefe da luftwaffe durante a 2ª Guerra Mundial e nutria um profundo sentimento de ciúmes em relação aos altos comandantes do exército alemão. Quando o exército resolveu adotar um novo fuzil automático, Göering achou qua a Luftwaffe tinha o mesmo direito, visando equipar suas tropas de pará-quedistas, as Fallschirmjäger. Mas em vez de seguir o caminho do exército que adotou o cartucho "curto"(Kurz), a Luftwaffe continuou a utilizar o projétil padrão de 7,92mm, e pediu à fábrica Rheinmetall que projetasse um novo fuzil automático.

A Fábrica então desenhou e fabricou uma das armas portáteis mais marcantes da história militar: a Fallschirmjägergewehr 42(FG 42) de 7,92 mm, uma arma que conseguiu reunir o mecanismo de fogo automático num espaço um pouco maior que o ocupado por um ferrolho convencional. Seus primeiro exemplares tinham cabo de pistola inclinado, coronha de plástico de formato incomum e um bipé para fogo sustentado proeminente sob o cano. Completando havia um grande supressor de chamas e um mecanismo para colocação de uma baioneta de encaixe. O carregador de 20 disparos, era introduzido lateralmente e o funcionamento da arma funcionava a gás. A FG 42 era mais complexa do que inovadora, pois reunia uma mistura de diversos sistemas existentes na época em uma única arma.

A Luftawaffe recebeu o primeiro lote de FG 42 durante o ano de 1942, utilizando na invasão de Creta, ficando muito satisfeita com o desempenho da arma e pediu um segundo lote. Mas este não lhe foi entregue, pois constatou-se qua as inovações incorporadas no FG 42 exigiam um processo de fabricação complicado e necessitariam de novas modificações. Assim, sua entrega transcorreu de forma lenta e irregular e numa tentativa de acelerar a produção, fizeram certas simplificações. Introduziu-se uma coronha de madeira mais simples e substituiu-se o cabo de pistola por um componente menos incomum. O bipé mudou para uma posição mais à frente e outros cortes foram feitos. No entanto nada disso adiantou; no fim da 2ª Guerra Mundial, apenas 7.000 unidades haviam sido fabricadas. Mas, depois do conflito, o FG 42 atingiu sua maior marca de produção, pois muitas de suas características acabaram incorporadas por modelos posteriores. Talvez a mais importante delas fosse o mecanismo acionado a gás, que podia disparar um único tiro a partir da posição de ferrolho travado e, com o ferrolho aberto, realizar fogo automático, tudo isso em um compartimento pequeno utilizando um cartucho de alta potência.

Não se mantiveram alguns dos componentes, como o carregador lateral, que não tinha um bom desempenho. Além de ficar preso no uniforme do combatente, ele tendia a desequilibrar a arma durante o disparo.
O FG 42 apresentava um desenho bastante avançado para a época e incorporava muitos dos componentes da maioria dos fuzis de assalto e metralhadoras modernas, como o desenho em linha reta da coronha à boca do cano e o mencionado mecanismo de funcionamento à gas. Exatamente por essas características, no entanto, a produção do FG 42 era muito difícil e cara, mesmo em 1945 restavam alguns problemas mecânicos a serem resolvidos para que a arma pudesse funcionar de forma adequada.


FICHA TÉCNICA.

Calibre: 7,92 mm
Comprimento: 940 mm
Peso: 4,53 kg
Carregador: 20 cartuchos
Velocidade inicial do projétil: 761 m/s
Cadência: 750 a 800 tiros por minuto

Fonte:poderbelicobrasil.blogspot.com

Mensagem automática publicada por : Mateus Martins