terça-feira, fevereiro 19, 2008


A destruição do NROL-21, um caso a estudar

A destruição com um míssil de um satélite de reconhecimento avariado (anunciada recentemente pelo Pentágono) é um sinal claro de que os EUA possuem capacidade para abater satélites em órbitas baixas, usando um sistema naval, embora com algumas limitações. A destruição do NROL-21 foi anunciada como uma medida de prevenção para que o satélite em questão não derrame qualquer combustível tóxico na superfície terrestre. O satélite possui hidrazina que é usada para os motores de manobra do satélite. Como este nunca foi usado, a hidrazina encontra-se intacta dentro do satélite. Ora, a hidrazina é um combustível tóxico e caso chegasse à superfície terrestre podia ser perigosa. É possível também que o satélite tenha um gerador de radioisótopos (RTG), embora nada tenha sido dito publicamente sobre isto.

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Mas talvez o aspecto mais interessante neste caso é a sua destruição por um míssil lançado de um navio AEGIS, que pode ser interpretada como uma demonstração de que o actual sistema antimíssil da marinha americana pode também ser adaptado para abater satélites espiões. O disparo vai ser feito por um cruzador AEGIS e por um míssil SM-3 modificado, que atingirá o satélite a 240 quilómetros de altitude. Este navio e o míssil em questão fazem parte do sistema de defesa de mísseis balísticos (BMD) da marinha norte-americana e não estão concebidos para abater satélites em órbita. Mas é notório com este caso, que numa situação de conflito, o sistema pode ser adaptado para abater satélites inimigos em órbita baixa. Portanto, a destruição do NROL-21 não é apenas uma precaução contra a meia tonelada de hidrazina que o satélite avariado contém e um eventual gerador de radioisótopos (RTG). É também uma demonstração militar das capacidades norte-americanas no domínio da guerra anti-satélite (ASAT), embora estejamos a falar de um satélite numa órbita relativamente acessível e de um sistema concebido para outro tipo de funções.

É óbvio que não é fácil abater um satélite em órbita, embora seja mais fácil abater um satélite do que um míssil balístico. O período em que um míssil balístico está vulnerável a um ataque é reduzido em comparação com a órbita de um satélite. Os satélites são previsíveis em termos de posição, mas convém lembrar que a sua intercepção não é fácil. É que estamos a falar de um objecto em órbita dotado de uma velocidade elevada e situado no espaço exterior. Durante a guerra fria, as duas superpotências desenvolveram sistemas de armas anti-satélite e mais recentemente a China mostrou também ter capacidade neste domínio ao abater um antigo satélite meteorológico. Mas os EUA mostram com este abate, que além de possuírem um sistema contra mísseis balísticos, também possuem alguma capacidade ASAT baseada nos navios com o sistema AEGIS BMD, que são unidades poderosíssimas de controlo do espaço aéreo e marítimo, equipados com capacidade antibalística. Estes navios têm realizado testes antibalísticos com mísseis SM-3 nos últimos anos, e vários alvos simulados foram interceptados com sucesso (12 em 14 testes). Desta forma, o abate do NROL-21 servirá também para testar o sistema contra um objecto em órbita. Os EUA possuem actualmente na frota do Pacífico 9 navios Aegis (3 cruzadores e 6 destroyers) com capacidade de intercepção BMD e tudo indica que será o cruzador USS Lake Erie a disparar o míssil fatal. Mas além deste cruzador outros dois navios estarão envolvidos: o USS Decatur e o USS Russell (dois destroyers da classe Arleigh Burke). O Lake Erie e o Decatur já possuem experiência em testes antibalísticos, mas a envolvência destes navios e a capacidade para funcionarem em rede cria a possibilidade de um ser um perseguidor (rastreando o satélite) e outro o atirador.

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Quanto à arma usada, o SM-3 é um projéctil de destruição cinética ou seja, actua por impacto directo contra o alvo. Está indicado para a destruição de mísseis balísticos nas fases de meio-curso e terminal. É um facto que o SM-3 tem resultado contra projécteis balísticos simulados, mas nunca foi testado contra um satélite em órbita baixa, até porque não era do conhecimento público que o míssil tivesse capacidade para atingir um satélite a 240 quilómetros de altitude. Desta forma, vão ser necessárias modificações no software do míssil e nos requisitos do sistema BMD. Daí que se o abate for bem sucedido abre-se a possibilidade futura destes navios terem alguma capacidade ASAT, em caso de conflito, embora limitada a órbitas baixas. Por isso, a destruição do NROL-21 é um caso a estudar, pois reveste-se de várias vertentes.

Mensagem automática publicada por : José Matos

terça-feira, fevereiro 05, 2008


Contra as FARC e contra a tirania

Na passada Segunda-feira, nas ruas da Colômbia, e nas ruas de diversas cidades do mundo todo se realizaram várias demonstrações e manifestações de protesto contra a organização terrorista FARC, pela libertação dos reféns que essa organização ligada ao trafico de drogas mantém em seu poder.

Há muito tempo, que vários setores políticos pretendem fazer a opinião pública internacional acreditar que o problema das FARC e do terrorismo na Colômbia, é um problema politico, resultado de um bloqueio social que impede alguns sectores dessa mesma sociedade de chegar ao poder.
Vozes do mesmo quadrante político, defendem igualmente que a luta das FARC é justa porque é destinada a libertar o povo do poder e do domínio das oligarquias estabelecidas desde a independência dos países da América do Sul.

Mas a retórica que já era comum no período em que ainda estava de pé a antiga União Soviética, não mudou, ainda que sejam passados quase 20 anos desde que o regime soviético começou a mostrar as debilidades evidentes das soluções inspiradas no Marxismo-Leninismo.

A argumentação final desses sectores, que tem a sua expressão máxima na ditadura da Dinastia da família Castro e na democracia folclórica da Venezuela de Hugo Chavez, se baseia na ideia de que o povo apoia essa pseudo-luta das FARC pela liberdade de alguma coisa.

Mas as maciças manifestações que levaram às ruas mais de um milhão de pessoas só na capital da Colômbia, são uma forte demonstração do que pensa e do que quer o povo que mais sofre com a tirania de um grupo de criminosos mascarados de revolucionários.

A dimensão impressionante das maciças manifestações nas cidades colombianas, é também uma demonstração de que os colombianos estão absolutamente seguros e certos de que as FARC não têm razão e de que quem as apóia, dentro e fora do país, apóia gente sem escrúpulos, que utilizará todos os meios ao seu alcance para institucionalizar a tirania a opressão e a exploração cruel.

Essas passeatas de cidadãos contra o terrorismo e contra o narcotráfico, constituem por isto também um grito contra aqueles que direta e indiretamente apoiam o crime organizado tentando descriminalizar o terrorismo e a rede de tráfico de drogas que o financia e o sustenta.

Esse grito, é um protesto tanto contra os mais conhecidos aliados táticos do narco-terrorismo, Fidel Castro e Hugo Chavez, que não se cansam de criar problemas no continente sul americano, como se pode igualmente considerar um grito de protesto contra as vozes que em alguns países europeus e da América Latina ainda se levantam para defender uma organização criminosa, que vive da morte e da miséria humana, que explora com o tráfico de Cocaína.


Na Venezuela, ainda ontem, Hugo Chavez afirmou para quem o quis ouvir, que a Venezuela não tem fronteira com a Colômbia, mas sim com o Estado das FARC, o qual tem as suas leis próprias e as faz cumprir.

Mas noutros países do continente, vários movimentos e organizações seguem igualmente um ideário político que permite concluir qual é o seu objectivo e quais são as suas intenções a longo prazo.
De entre essas organizações, destaca-se uma conhecida como MST ou Movimento dos Sem Terra.
Tal organização, controlada por pessoas e entidades que pararam no tempo e não acompanharam a História, segue por um caminho sem saída, que se não for controlado a tempo, poderá colocar em causa o próprio estado.

As chamadas de Hugo Chavez à revolução e à integração, não têm em vista qualquer integração económica ou qualquer revolução social. Elas têm como objectivo instrumentalizar as massas de analfabetos, que respondem a este tipo de mensagem populista, para garantir aos algozes a manutenção perpétua no poder.

Na Colômbia, o povo nas ruas demonstrou que essa não é a solução, exigindo a esses bandidos disfarçados de revolucionários que entreguem os reféns que continuam em seu poder. Esperemos que os restantes países do continente não se deixem enganar por promessas vãs e se levantem igualmente contra aqueles que têm como objectivo final, a instauração da tirania.

São Paulo, Fevereiro, 2008

Mensagem automática publicada por : Luis Carlos Gomes

sábado, fevereiro 02, 2008


Acordo estratégico entre Brasil e França

Oficiais da Aeronáutica brasileira afirmam que ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso houve uma enorme pressão dos Estados Unidos para que o Brasil comprasse o caça Gripen e deixasse de desenvolver tecnologia própria. Fernando Henrique não cedeu, mas também não os enfrentou. Deixou o problema para o sucessor resolver. Essas mesmas forças voltaram a atuar nos últimos meses, agora com novos interlocutores. Apesar de ser apresentado como um avião feito pela Suécia e pelo Reino Unido, o Gripen possui diversos componentes americanos, inclusive mísseis, radares e processadores.

E não é segredo para ninguém que os Estados Unidos não têm o menor interesse em transferir tecnologia, o que para o Brasil é fundamental para o seu desenvolvimento e sua autonomia. Documentos obtidos pela revista «ISTO É» comprovam isso. Para que empresas americanas possam transferir tecnologia militar a outros países, é necessário que obtenham a autorização do "Escritório de Controle de Negócios de Defesa", no "Departamento de Estado dos Estados Unidos". Recentemente, duas autorizações envolvendo o Brasil foram negadas. Uma delas se refere a um míssil anti-radiação, capaz de localizar o alvo através do calor. No documento do "Departamento de Estado dos EUA" em resposta à empresa, a mensagem vem sem rodeios: "Mísseis anti-radiação têm uma significativa capacidade de combate. A introdução dessa capacidade na região da América Latina é incompatível com os interesses da segurança nacional dos Estados Unidos." O segundo pedido refere-se à tecnologia anti-radar, o que permite a seu portador escapar dos aviões adversários. "Esta tecnologia excede o nível de capacidade aprovado para o Brasil", registra o documento do governo americano.

Tecnologia de ponta dará novos mercados, por exemplo, à empresa de fabricação de aeronaves Embraer.
Por trás da disputa entre o caça Rafale (francês) da empresa Dasault e o Gripen está uma velha briga que já teve o Brasil como palco na ocasião da compra dos equipamentos para o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). O processador do Gripen - coração do avião, responsável pelo comando dos sistemas de armas e de radares - é americano, produzido pela Raytheon, a mesma empresa que forneceu os radares do Sivam. No Rafale, o processador é fabricado pela Thales, antiga Thomson, que perdeu a disputa no projeto Sivam. "Os americanos já têm ingerência nos radares da Amazônia, não passaram tecnologia e não podemos, agora, cair na mesma armadilha com os aviões", diz um membro do "Conselho de Defesa Nacional." E segue: "O fato do Gripen ser mais barato não pode nos obrigar a abrir mão da transferência tecnológica." Na sociedade com a Embraer, os franceses asseguram toda transferência de tecnologia, o que permitirá ao Brasil montar um sistema de armas independente, inclusive envolvendo a Avibrás, empresa nacional que detém tecnologia de ponta na fabricação de mísseis e que é possível beneficiária do projeto. Além disso, a Embraer poderá alçar vôos mais altos. "Com a tecnologia supersônica poderemos apostar na construção de aviões comerciais ainda mais competitivos do que os EMB 170 e EMB 190", diz Maurício Botelho, presidente da Embraer.

Sem licitação
O presidente Lula decidiu fazer a compra sem licitação, o que é permitido por lei, uma vez que se trata de equipamentos de segurança nacional. Será, portanto, o momento privilegiado para incrementar a PNID. No Ministério da Defesa, uma vez livre da licitação, o Brasil comprará um avião mais moderno do que os oferecidos até agora. Nesse caso, a menina-dos-olhos da FAB também é o francês Rafale. "Precisamos contar com o que há de mais moderno e com a garantia de que haverá transferência de tecnologia para a indústria nacional", disse o vice-presidente e ex-ministro da Defesa, José Alencar. É por isso que o acordo estratégico, tecnológico e militar firmado entre Brasil e França é fundamental. Os dois presidentes dos respectivos países se encontrarão no próximo dia 15 de fevereiro na fronteira entre Brasil e Guiana francesa para anunciar o acordo histórico. Era o salto fundamental que o governo esperava para fazer do país um dos líderes mundiais no Conselho de Segurança da ONU. Resta ainda saber como o governo irá enfrentar a pressão constante dos Estados Unidos.

Mensagem automática publicada por : Getúlio Goulart