domingo, junho 26, 2005


As novas fragatas TYPE-23 do Chile

O Chile, acaba de adquirir três fragatas especializadas em luta anti-submarina Type-23. Embora se trate de navios pensados para a luta anti-submarina, projectados quando havia ainda o perigo soviético, são navios extremamente capazes e ao nível do melhor que existe nas marinhas da Europa.
Para dar uma ideia, por alto, são equivalentes às fragatas MEKO-200 da marinha portuguesa.

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No entanto, a marinha do Chile, adquiriu não só estas três embarcações, como também já tinha adquirido duas fragatas especializadas na defesa anti-aérea “Jacob Van Heemskerck” junto com mais duas fragatas da classe Karel Doorman, igualmente especializadas na luta anti-submarina.

As JVH (na segunda foto, junto com uma Vasco da Gama – notar a ausência de hangar)
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Abaixo uma das Karel Doorman
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As aquisições da marinha de guerra do Chile, devem ser futuramente analisadas e estudadas.
O Chile ainda é, infelizmente, um país com uma democracia “vigiada”. A influência dos militares é notória, e o país tem mesmo uma lei, que determina que uma parte do rendimento da venda de cobre no mercado internacional, será para as Forças Armadas.

Ou seja, as Forças Armadas, leia-se Augusto Pinochet, não deixaram o poder sem levar nada em troca. Para lá de reformas milionárias, e chorudas contas bancárias na Europa, conseguidas de forma obscura, os militares do Chile, garantiram também que, com um orçamento para as forças armadas, indexado à produção de cobre, poderiam garantir emprego, para a casta militar, que continua a tutelar a vida política no Chile.

Para a América do Sul, e uma vez que o Chile é um país do Oceano Pacífico, é um problema que se coloca especialmente aos seus vizinhos marítimos, especialmente a Argentina e o Peru. Os restantes países do continente, não são de nenhuma forma afectados pela aquisição Chilena.

No entanto, ao tornar-se pela qualidade das suas aquisições, a mais moderna e sofisticada marinha da América do Sul, há razões para que países como a Argentina ou o Peru, se perguntem, sobre o que pretende o Chile, ao colocar-se numa situação de superioridade numérica e tecnológica clara, relativamente aos restantes países do continente sul americano.

Ao romper muito claramente o equilíbrio existente com os seus vizinhos, o Chile pode ter aberto o caminho para uma corrida às armas no continente. Uma corrida que, em última análise, o Chile poderá não ter condições de sustentar.

segunda-feira, junho 20, 2005


As relações entre Portugal e o Estado Autónomo da Cova da Moura

Segundo noticias vindas a lume recentemente:

"O Embaixador de Cabo Verde em Portugal, Onésimo Silveira, disse ter sido contactado pelo "staff" do Presidente da República para apurar se Jorge Sampaio poderia correr algum risco na visita à Cova da Moura…”

A noticia, que encerra à primeira vista apenas precauções que são naturais, é no entanto inquietante.

Inquietante, primeiro porque um embaixador de um pais estrangeiro, é consultado pelo mais alto magistrado da República Portuguesa (ou pelo menos em seu nome), para saber se pode ou não pode dirigir-se a uma parcela do território nacional.

É inquietante, porque um embaixador de um país estrangeiro, ao cometer uma indiscrição destas, demonstrou muito pouco respeito pela Presidência da República do país que o reconhece como embaixador, ou então, muito pouco tacto diplomático.

É inquietante, porque o pessoal da segurança do Presidente da República, estará certo de que a segurança do Presidente, não depende de portugueses, mas sim do que possa determinar alguma organização externa ao país, tão externa que é preciso contactar uma embaixada estrangeira para obter informações sobre a situação.

Finalmente, a noticia é inquietante, porque vem confirmar aquilo que grande parte do país sabe. Sabe mas tenta esquecer, olha para o lado, fecha os olhos e coloca a cabeça na areia, com esperança de que, fechando os olhos e falando alto, o problema, deixa de existir apenas porque não falamos dele.

Para piorar as coisas, o Presidente da República, preparou uma visita a um bairro problemático (eufemismo que designa “ghetto” onde a policia não entra) na mesma altura em que um grupo de extremistas fazia uma manifestação em Lisboa. Ao planear uma acção para a mesma altura, o presidente deu a um grupo de pessoas que não representa nem sequer uma minoria dos portugueses, uma importância que de facto não tem.

Os portugueses são tão racistas quanto outros povos da Europa - não tenhamos ilusões. No entanto, como são mais passivos, acabam por aceitar a “diferença” mais por inércia que por convicção. Sobretudo, é sempre preciso dizer que, a grande maioria dos imigrantes que estão em Portugal, são pessoas honestas, que trabalham muitas vezes sem protecção social, mas que, dinamizam a economia, pagam impostos como toda a gente, em suma, são cidadãos e devem ser respeitados. O problema não são os emigrantes nem as minorias étnicas. O problema é a inacção e a falta de vontade, e também o desleixo das autoridades competentes para com a violência urbana. Tais autoridades, em vez de agirem, continuam a achar que é possível curar o cancro com chá de limão. Paga-se a uma comissão mais umas centenas de milhares de Euros para estudar o problema, a comissão embolsa o dinheiro e conclui que há um problema de exclusão social, e o navio segue em frente até à próxima onda de assaltos.

Há parcelas do território nacional, onde um cidadão livre não pode ir, onde a sua liberdade e todas as conquistas de Abril, são postas em causa por bandos de criminosos, racistas, que agem com o apoio tácito de organizações ditas de luta contra a exclusão social, muitas vezes pagas e subsidiadas com o dinheiro das vítimas.

Há lugares onde os cidadãos vivem sob a ditadura da violência, a ditadura da lei do mais forte, a ditadura do gang, a ditadura da naifa.

E perante essa ditadura violenta a República Portuguesa, olha e encolhe os ombros. Acha-se incapaz, acha-se impotente, acha-se inútil, acha-se fraca.

E porque se acha fraca, prefere negociar a paz imposta pelos governos autónomos das várias Covas-da-Moura.

Mas quem negoceia com bandidos, tem que entender que eles não aceitam negociações.

Quando os bandidos se acham com força, e acima de tudo estão certos da sua total impunidade, vão sair das suas fronteiras e ocupar as regiões limítrofes.
Foi o que aconteceu nos anos trinta, quando ninguém fez frente a Hitler. Primeiro foi o Anschluss na Áustria, depois os Sudetas, depois a República Checa, depois a Polónia.

Em Portugal, o alargamento dos domínios dá-se para as praias, depois para outros bairros, até que os cidadãos se encerrem nas suas casas, atrás de grades de ferro, aceitando que a guerra está perdida e que as ruas das suas cidades, passaram a estar ocupadas por uma potência estrangeira, com a qual a República Portuguesa abriu negociações de paz, para nos permitir o acesso às ruas durante algumas horas do dia. À noite voltaremos todos ás nossas casas, temerosos, com o rabo entre as pernas, como um cachorro medroso e acossado que procura um canto onde ninguém o veja e onde se possa proteger.

Os portugueses passarão a viver em campos de concentração nocturna, e a rezar para que os gangs não escolham a sua casa para assaltar naquela noite, de preferência que ataquem o vizinho.

Como um anterior presidente da república, que defendeu a necessidade da diluição de Portugal na Europa, porque as nossas forças armadas eram absolutamente inúteis para defender o país, o actual, parece que poderá acabar a defender a negociação com os criminosos, porque as nossas forças de segurança não lhe conseguem garantir a protecção no Estado Autónomo da Cova da Moura. De facto, se nem o presidente tem liberdade de movimentos, para que é que havemos de ter policia?

Para grandes males, grandes remédios. Já morreram na Cova da Moura mais agentes da autoridade que no Iraque. Se somos capazes de efectuar operações de policiamento e garantia da segurança, em países estrangeiros, também seremos capazes de o fazer em Portugal. Basta haver vontade politica.

Mas claro, se não houver vontade politica, COMO NÃO HÁ, ou como NÃO TEM HAVIDO, e se continuarmos a viver na infame ditadura do politicamente correcto, talvez seja melhor negociar, e pedir uma força das Nações Unidas para proteger os cidadãos.

Livrai da Ira dos Mansos.
Enquanto forem os extremistas a saír à rua, a sua saída pode ser apenas um sinal, mas não terá significado de maior. O problema, é que se continuamos por este caminho, um destes dias, vamos encontrar na ruas os cidadãos que começam a ficar fartos da pouca vergonha a que chegou a III República.

sexta-feira, junho 03, 2005


Jugoslávia: O absurdo do conceito de Nação de Nações

Uma pequena pressão num gatilho é o necessário para tirar uma vida. É essa a primeira conclusão, que a maioria das pessoas tira, após assistir ao espectáculo hediondo do assassínio cometido por militares sérvios/bósnios de prisioneiros muçulmanos bósnios.

O espectáculo macabro apresentado nos ecrãs de televisão do mundo, e especialmente da Sérvia, é apenas a ponta do véu, que ainda hoje, especialmente na Servia, se estende sobre acontecimentos como o massacre de Serbrenica, onde foram assassinados a sangue frio mais de oito mil homens e rapazes muçulmanos bósnios, com o único intuito de matar por matar, com o objectivo de exterminar uma raça.

A guerra, é por natureza uma ocorrência violenta e brutal. Muitos entusiastas de temas militares, discutem as linhas de um tanque ou de um avião, esquecendo que, a única razão da existência das armas é a morte de pessoas e a destruição dos lugares onde elas estão ou se movem.

A antiga Jugoslávia, era uma federação de países, com histórias diferentes e religiões opostas. A Sérvia, a principal nação da Jugoslávia, é um país de maioria cristã – ortodoxa, a Bósnia, tinha uma maioria relativa de população muçulmana, reminiscente da presença do Império Otomano nos Balcãs, e as duas repúblicas do norte, Croácia e Eslovénia, são países Cristãos, Católicos.

O espectáculo de violência a que assistimos, que, mais que violência decorrente da guerra, é uma expressão do ódio latente que existia entre as várias nações constituintes de Jugoslávia, deveria ser uma lição.

A movimentação maciça de pessoas, de uma parte da antiga Jugoslávia para a outra, foi uma tentativa de criar uma população homogénea. Foi uma tentativa de criar uma nação, feita de nações.

A ideia de que pode haver uma nação de nações, por muitas misturas geográficas que se façam, é um absurdo contraditório.

O resultado dessa tentativa resultou em tragédia.

As imagens que vimos, deveriam ficar na cabeça daqueles que querem construir nações à força, mais para responder às suas convicções, ou pior, vantagens pessoais, do que para responder a alguma necessidade de união dos povos.

Os povos devem ser livres e devem-se respeitar mutuamente. Porém, misturar povos, implica misturar regras, leis, códigos, mitos e convicções de séculos, quando não milénios. Significa que entram em conflito, regras, mitos e História, que são a própria razão de ser e justificação para a existência de nações.
Misturar povos para tentar diluir os espíritos nacionais, não resulta.

A História e imagens como aquelas que nos entraram pela casa são uma triste demonstração de que essa é a realidade.

quarta-feira, junho 01, 2005


Tropas portuguesas para o Afeganistão, sem carros e com espingardas trocadas.

Segundo o Jornal de Noticias, Portugal, não tem preparado, o material necessário para equipar uma companhia reforçada (150 homens) para enviar para o Afeganistão, incluída numa força de paz da NATO.

Não é a primeira vez que Portugal participa em operações no exterior, no entanto, não deixa de ser curioso, a acreditar na notícia divulgada pelo Diário de Noticias, que até à última da hora, ainda se esteja à procura de alguns veículos.

É aqui que confesso a minha perplexidade.

Mas afinal, que blindados serão esses?

O Jornal de Noticias fala nos HUMVEE, mas desde quando os HUMVEE são carros blindados adequados para o tipo de conflito de baixa intensidade que existe no Iraque?
O próprio exército dos Estados Unidos, tem vindo a substituir à pressa, HUMMER's standard, por outros com alguma blindagem.

Quando enviámos uma companhia para o Iraque (no caso da Guarda Repúblicana) também tivemos que adquirir carros IVECO, no entanto, os IVECO, embora sejam blindados, são pensados para terrenos planos, e urbanos. A rede de estradas do Afeganistão é desadequada para aquele tipo de veículo. No entanto, se a espigarda SIG-43 (ver abaixo) , é pouco adequada para conflitos urbanos, isso quer dizer que não se espera que as forças vão para as montanhas.
Será impossível utilizar veículos IVECO?

De notar que Portugal tem alguns veículos HUMMER, mas que estes não têm blindagem, e por isso a sua utilização não é possível

Por outro lado, pode tratar-se apenas de um equívoco, pois o jornal, fala de veículos PANHARD, que são bastante diferentes dos HUMMER no seu conceito de utilização e características.

Fontes das Forças Armadas, referiram que “Somos bons no planeamento mas maus na execução”.

No entanto, quanto o planeamento, não é capaz de prever os problemas que ocorrem na execução, então é o planeamento ( porque não foi capaz de planear convenientemente), que falhou de uma forma clara.

MAIS, ficamos a saber que, a arma ligeira SIG-43 que equipa as forças de elite, afinal não é boa para situações de guerra, ainda mais que, o seu calibre é demasiado reduzido e inadequado para combates urbanos.

Quase que, como nota de humor, se poderia dizer que, compramos aquela arma, para as nossas forças especiais andarem a jogar Paint-Ball

Quem são os responsáveis?

A ser verdade, queremos NOMES! ! !