terça-feira, outubro 06, 2009


Para lá dos limites da sanidade

Em declarações à imprensa, Almeida Santos [1], brindou os portugueses com uma das mais estranhas afirmações sobre questões relacionadas com a defesa nacional, nomeadamente com a aquisição de meios militares por parte da marinha que foram produzidas nos últimos anos.

O antigo dirigente socialista, começa por afirmar que «devo ser um bocado burro», acrescentando de seguida que «em vez de submarinos, Portugal deveria comprar armas».

Se tais afirmações fossem proferidas por qualquer peixeira do mercado da ribeira (sem dúvida pessoas de grande dignidade, mas que não são conhecidas pela sua visão estratégica e sentido de estado), estariam perfeitamente enquadradas e seriam mesmo adequadas ao intelecto que as produziu, normalmente mais interessado no peixe, que noutras entidades subaquáticas.
Habituada a lidar com peixe, seria natural que a peixeira considerasse afinal, que andando dentro de água, o submarino era mais que qualquer outra coisa, um grande, um enorme peixe. E se é peixe, evidentemente não poderia ser uma arma…

O anacronismo a beirar o patético, e a estranha irritação com a aquisição de submarinos por parte do estado português, têm-se tornado cada vez mais vocais em sectores próximos do Partido Socialista, à medida que este partido se vai transformando numa espécie de delegação portuguesa do PSOE. Socialistas como Mário Soares, não escondem os seus objectivos finais de criação da Grande Ibéria, que para se formar precisa de fazer desaparecer a médio e longo prazo as forças armadas portuguesas.

Interesses espanhóis
De facto, a influência e pressão indirecta de entidades espanholas, e o desagrado do governo ou de entidades oficiais em Madrid para com aquela aquisição estão alegadamente entre as razões das criticas à aquisição daqueles meios.
As críticas e as pressões não foram directas, mas chegaram a Portugal através da imprensa, com a divulgação de notícias fabricadas segundo as quais a NATO, não queria que Portugal comprasse submarinos.

A verdade é que oficialmente a NATO negou que tivesse produzido alguma declaração nesse sentido, mas as pressões contra a aquisição efectivamente existiram e vieram de fora. Existiram, e transformaram-se em notícia e através da notícia em facto.
A estranha coincidência de posições entre personalidades do Partido Socialista em Portugal e os objectivos inconfessos dos grandes estrategas espanhóis mereceria ser analisada com cuidado.

Desmontando os argumentos
É difícil de chamar argumentação à «ladainha» do digníssimo ex presidente da AR. O próprio admite literalmente que pode ser «burro», e ao afirmar de seguida que Portugal precisa de armas e não de submarinos, parece confirmar a premissa.

Um país como Portugal, com uma reduzida expressão demográfica e territorial, mas que ao contrário controla uma Zona Económica Exclusiva enorme, tem que garantir não só a capacidade para controlar essas áreas vitais através do policiamento, como alem disso tem a obrigação de garantir o controlo dessas áreas marítimas, mesmo em circunstâncias excepcionais.

Possuir submarinos, é a mesma coisa que o pais possuir um exército. O exército não serve para policiar, mas em caso de situação extrema, é a última garantia de soberania nacional.

Da mesma forma que o país tem a obrigação de garantir essa soberania sobre o território nacional, tem igualmente o dever de garantir o mesmo tipo de controlo e soberania sobre as áreas marítimas que lhe estão legalmente atribuídas.

Não possuindo grandes e numerosos meios de superfície, dada a grande disparidade que existe entre a dimensão e capacidade económica do país por um lado e o gigantismo da sua Zona Económica Exclusiva, Portugal fica condicionado a utilizar meios militares de dissuasão.

Sistemas como os submarinos do tipo U-214, conhecidos na marinha portuguesa como U209PN, servem para garantir, com os seus meios técnicos, armamentos e capacidades, utilizando as tácticas dequadas, que Portugal pode de alguma forma condicionar e contestar o controlo dessas áreas marítimas.

Um país pequeno não precisa de ter umas forças armadas para ganhar um conflito contra um país grande. Um país pequeno precisa possuir os meios militares suficientes, para mostrar que a sua derrota será vendida a um custo tão alto, que não valerá a pena iniciar a tarefa.

Essa é a função dos submarinos, e a sua utilidade deveria ser simples de entender, para qualquer um.

Infelizmente, por alguma razão desconhecida, uma ex figura do estado, produziu declarações que por muito absurdas e descabeladas, chegaram à imprensa portuguesa.
As afirmações de Almeida Santos, são resultado da desatenção, ou então de algum estado mais ou menos febril.

Para a História, fica a irresponsabilidade e a falta de sentido de estado, já por tantas vezes demonstrada por Almeida Santos, quando em alturas extemporâneas, brinda os portugueses bolsando um chorrilho de disparates.


[1] Quem é Almeida Santos ?
Almeida Santos, é conhecido mais recentemente pela sua estranha personalidade, e por comportamentos igualmente estranhos, normalmente atribuídos a pessoas que há muito deixaram de estar na posse de todas as suas faculdades mentais.

[img2]Recentemente defendeu por exemplo a anacrónica construção do novo aeroporto de Lisboa no meio de um pântano e parcialmente em cima de uma montanha, porque colocar o aeroporto numa planície, implicava a construção de uma ponte, que se podia transformar em alvo da Alqaeda de Bin Laden.

O velho dirigente, apoiante do regime fascista antes de 25 de Abril de 1974, e «convertido» à democracia com a ajuda das sociedades secretas de «aventalarios», sempre dispostas a ajudar irmãos que podem ascender a cargos de importância, facilitando os negócios escuros que se tramam nos corredores corruptos do poder.

Esteve ligado às obscuras negociações que levaram à entrega de Moçambique a movimentos extremistas que após chegarem ao poder, se entregaram a uma orgia de terror e morte que conduziu a uma guerra civil.

Mais tarde tentou ser primeiro ministro, tendo na altura sofrido a mais humilhante derrota eleitoral na história do Partido Socialista.

Ainda mais tarde, foi agraciado com a nomeação para a presidência da Assembleia da República, cargo que há muito tempo era obrigatoriamente controlado por alguém ligado às sociedades secretas de que Almeida Santos fazia parte.

Abandonou a política, mas continua a produzir alguns artigos na imprensa, onde não expressa nem defende nenhuma linha coerente de pensamento. A idade, há muito que começou a trair a mente de Almeida Santos.

Mensagem automática publicada por : Paulo Mendonça